Para início de texto, espaço aos Delfins e à sua música (os melhores anos da nossa vida):
bem-vindos aos melhores anos
das nossas vidas
à colecção dos encantos
das almas fugidas
e ao presente vou brindar
festejar todas as vidas
que nunca se irão cruzar.
Desculpem o pretenciosimo, mas, para um fã de sempre dos Delfins, o início não poderia ser melhor.
Ao ouvir hoje a M80, uma das minhas fiéis companheiras em termos de rádio, não consegui deixar de me interrogar porque é que estão cada vez mais na moda as festas, as crónicas e as redescobertas de tudo o que diz respeito aos anos 80?
Parece-me simples. Porque há uma marca que ficou e que soube ser alimentada e transmitida ano após ano, década após década, de pais para filhos e de amigos para amigos.
Não acredito que haja apenas uma sensação de reviver com saudosismo tudo o que se passou. Pode haver laivos, mas mesmo esses sentimentos parecem-me demasiado genuínos para serem desprezados. Se assim não fosse, como é que explicaríamos que muitas das pessoas que não viveram esses anos, sejam hoje porta-vozes desse movimento?
Há uma marca. E essa diferença entre o que se faz hoje sem sentido, é a melhor maneira de preservar músicas e um conjunto de acontecimentos que lhe estão associadas. Por isso, respiramos fundo e dizemos "já não se faz nada assim". E, perdoem-me todos aqueles que apenas vêem non sense nisto, mas é verdade. Os anos 80 estão cada vez mais vivos. E ainda bem!
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