sexta-feira, 2 de outubro de 2009

UM ALGARVE A VÁRIAS CORES

Pronto. Ponto quase final nas eleições legislativas. Faltam apenas apurar 4 mandatos para termos a noção definitiva do que irá ser o nosso parlamento durante a próxima legislatura. Para esta leitura que farei de seguida, mais do que o país, interessa-me o distrito mais a sul de Portugal. Esmiucemos pois o que cá se passou.
A votação do Algarve revelou-se uma pequena grande surpresa. Com o recuo do PS, cerca de menos 34 mil votos, e o avanço de todos os outros partidos, com maior ou menor expressão, este acto eleitoral, apesar do aumento do PSD, a meu ver, fica marcado pela eleição dos deputados do BE, Maria Cecília Honório e do CDS, Artur José Rêgo.
Apesar de sempre entender que nem centro político estão apenas os vícios, nem nas pontas estão apenas as virtudes, como é moda agora qualificar, creio que o Algarve tem a ganhar com a recente pluralidade partidária eleita, e nela, poderá ver uma mola de inspiração e de lobby para esta região.
Todos somos algarvios. E esse lema deve orientar a sua actuação no parlamento, independentemente do governo em funções.
Lanço pois um repto. À excepção da CDU, embora também possa participar nesta missão através de outros parlamentares, os partidos que elegeram deputados por este círculo devem interligar a sua actuação com os interesses do que falta fazer nesta região, sabendo encontrar pontos em comum apesar das diferenças ideológicas, ultrapassando uma certa falta de protagonismo regional que nos impede de chegar ao centro das grandes decisões.
Bem sei que tudo isto pode parecer utópico e que dos deputados eleitos apenas cinco tem ligações mais estreitas ao Algarve. Todavia, mesmo assim, ao serem leais aos seus compromissos, os agora parlamentares em representação desta região, deverão ser coerentes com os princípios que nos andaram a apregoar, manifestando coragem política para defenderem os interesses do Algarve e dos algarvios.
Torna-se fácil este raciocínio. Mais Algarve, mais pluralidade e mais vontade será igual a um futuro com mais investimentos, mais obras que tragam mais desenvolvimento e melhor qualidade de vida.
Defender o Algarve é pois uma missão. De tantas desculpas capazes de justificar alguns eventuais erros, apenas não admitirei ouvir que falharam porque nada fizeram ou porque os seus partidos não deixaram. Soará mal e sofrerão as devidas consequências.

Publicado no Jornal do Algarve, edição de 2 de Outubro de 2009, página 21
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