sexta-feira, 7 de maio de 2010

CARTA ABERTA AOS PORTIMONENSES

Numa altura em que as veias literárias deitam cá para fora o que vai na alma dos seus amos, não quero deixar de expressar o que me vai na mente.

Amanhã, se Deus quiser, mesmo em recuperação da minha intervenção cirúrgica, estarei presente em Oliveira de Azeméis para assistir ao jogo do ano.

Eu sou do Portimonense, quer perca quer ganhe. Sou deste clube desde pequenino porque é o clube da minha terra. E, embora não partilhe este amor sozinho com o Portimonense, porque tenho um outro clube de quem gosto na mesma proporção e medida (não tenho rodeios de o afirmar porque não sou hipócrita como tantos outros que também os têm mas não o dizem), sei perfeitamente o que quero para este clube, qual a dimensão que ele deve ter e o sítio onde deve estar.

Pela segunda vez na minha vida tenho responsabilidades neste clube. Fui director nos anos de 2000 a 2003 e sou Vice-presidente desta direcção que iniciou funções em Outubro de 2006.
Em suma, continuo o mesmo adepto, embora com mais responsabilidades. Mas mesmo essas, que não me retiraram do chão (continuo a mesma pessoa), apenas vieram confirmar aquilo que penso: um clube é sempre dos e para os adeptos.

São eles, ou seja todos nós, que amanhã sentiremos o coração mais acelerado e o tempo a passar demasiado rápido ou lento, conforme o resultado em campo e a conjugação dos outros resultados fora dele.

Eu sou pessimista, sempre fui, confesso. Mas lá no fundo, quem me conhece, sabe que sou um optimista disfarçado que apenas se tenta proteger sempre dos eventuais maus resultados. Todavia, para que não subsistam dúvidas, tenho fé para amanhã. Mais do que ninguém quero o clube na Primeira Liga.

E tenho fortes razões para isso.

Destaco três grandes ideias.

Primeira: o clube está bem estruturado financeiramente e apesar dos resultados consolidados que nos impõem respeito, estou crente que a nossa eventual passagem pela divisão superior, não nos desviará do rumo traçado, antes nos trará outro campo de investimentos positivos;

Segunda: embora seja um crítico permanente da nossa passividade social (em termos de cidade e de apoios empresariais face ao clube), os recentes sinais que os portimonenses e não só transmitiram ao clube parecem-me interessantes. É certo que em tempos onde se vislumbra sucesso todos tendem a aparecer para dar palmadinhas nas costas, mas quero crer que está criada uma onda que nos permite sonhar com um tipo de apoio social/económico que não temos sentido;

Terceira: somos de facto um dos maiores embaixadores do município e da região e queremos continuar a sê-lo. A nossa missão passa por ir ao encontro do apoio institucional que temos tido por parte da Câmara Municipal de Portimão, justificando o investimento que é feito (refiro-me aqui especificamente aos apoios que nos são dados pela utilização da imagem), sendo mais um agente de promoção desta terra e da nossa gente. O palco da primeira liga pode proporcionar outros projectos. Apenas temos de saber interpretá-los.

Por tudo isto faz sentido ganhar. E eu penso que o conseguiremos, desde que todos os atletas e equipa técnica saibam entender que a história conquista-se e que “as finais são feitas para ganhar”. Tão só.

Não posso rematar este texto sem escrever uma verdade que apenas confirma tudo o que escrevi. Independentemente do que se passar amanhã, continuarei contente pelo que fizemos até aqui. Este é o nosso melhor cartão-de-visita quando entrarmos em campo amanhã.

Nuno Miguel Lopes da Silva
Sócio n.º 650

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