sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

REVITALIZAR O CENTRO DE PORTIMÃO EM TRÊS PASSOS...

Tive o prazer de moderar recentemente o debate organizado pela Teia D’Impulsos, onde se propôs debater a revitalização do centro da cidade de Portimão.

Mesmo que seja parte interessada, por múltiplas razões, entre as quais o facto de ser portimonense, o facto de ter sido moderador e por isso estar eticamente impedido de opinar (recorde-se que ao moderador exige-se orientação e incitação ao debate mas também isenção sobre os temas em apreço), não queria perder a oportunidade de abordar este assunto, na condição singela de cidadão e sem pretender dar lições a quem quer que seja.

Aqui ficam as propostas (três passos) de quem também quer ajudar a resolver este problema. Nada mais do que isso.

Passo número um: olhar em frente. Mesmo que toldados por divergências de como se deveria ter feito ou agido, não há visão estratégica que aguente tanto passado e tão pouca clarividência para o futuro.

Não sou utópico ao ponto de escrever que devemos esquecer tudo o que não resultou, porque sei que das experiências menos boas se constroem outras melhores, mas se nos ocuparmos a falar demasiadamente do passado, não teremos nem tempo nem discernimento para apontarmos baterias para o que verdadeiramente interessa: devolver importância e vida ao centro de Portimão.

Passo número dois: erradicar a insensatez. Muitos dos nossos agentes políticos e sociais, desdobram-se em opiniões válidas porque todos temos direito às ditas, mas esquecem-se de articular o seu pensamento tantas vezes disforme, com o que as pessoas verdadeiramente ambicionam. Pior. Hoje, misturamos, baralhamos e confundimos as pessoas.

Nem sempre falar mais alto ou falar mal é sinónimo de querer mais e melhor para o que quer que seja. Na ânsia do protagonismo fácil ou da simples vontade de se querer fazer algo (até admito essa boa vontade), encarrilhamos pela verborreia sem conhecimento de causa, aborrecemos o vizinho do lado e matamos a inspiração positiva que deveria interligar os stakeholders em questão. Chega de divisionismo. Eis chegado o tempo de pensarmos a uma só voz, mesmo com várias ideias e pistas para lá chegar, mas capaz de definir em vez de confundir.

Passo número três: agir. Estudemos as boas práticas. Desloquemos gente e serviços para o centro da nossa cidade, dentro de um quadro possível; criemos valor e possibilidade de investimento para quem quer investir; saibamos discriminar positivamente quem quiser construir ou modificar as estruturas físicas existentes; saibamos premiar que for capaz de fixar pessoas; saibamos interpretar o verdadeiro poder do voluntariado e da ajuda ao próximo como causas para aglomerar pessoas no centro.

Falemos com as pessoas, descubramos as suas preocupações e sentimentos e até onde estão dispostos a ir. Juntemos o poder político, mesmo com as suas limitações orçamentais, com o poder das associações, mesmo com o comércio em crise, com os residentes representados ou não por associações de moradores e façamos um estado geral de reflexão que possibilitará uma carta de recomendação do centro da nossa cidade.

Vendamos o centro, metaforicamente falando. Falemos dele com o orgulho, tal como todas as outras partes da cidade e/ou município, mas também com a elevação de uma identidade histórica e social invulgar que merece que algo seja feito. Entre e com todos.

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