sexta-feira, 24 de setembro de 2010

E DE REPENTE...POR 15 EUROS

As minhas desculpas por avanço. Não sou muito de dar eco a tanto "moralismo" que por aí grassa na net. Mas a isto, e porque sou pai, não consegui ficar insensível...

Só 15,00 €

Um homem chegou a casa tarde, vindo do trabalho, cansado e irritado, e encontrou o seu filho de 5 anos esperando por ele na porta de casa.

Pai, posso fazer-lhe uma pergunta?

O que é? Respondeu o homem.

Pai, quanto é que você ganha por hora?



Isso não é da tua conta. Porque é que estás perguntando uma coisa dessas?

Respondeu o Pai em tom agressivo.

Eu só quero saber. Por favor, diga-me quanto é que o pai ganha numa hora?

"Se queres saber, eu ganho 15,00 € por hora."

Ah..." o menino respondeu, com a sua cabeça para baixo.

Pai, pode-me emprestar 7,50 €?

O pai ficou furioso, "Essa é a única razão pela qual me perguntaste isso? Pensas que é assim que podes conseguir algum dinheiro para comprar um brinquedo ou alguma outra coisa? Vai para o teu quarto e deita-te. Pensa sobre o quanto estás sendo egoísta. Eu não trabalho duramente todos os dias para tais infantilidades.

O menino foi calado para o seu quarto e fechou a porta.

O Pai sentou-se e começou a ficar ainda mais nervoso sobre as questões do filho. Como ele ousa fazer tais perguntas só para conseguir algum dinheiro?

Após cerca de uma hora, o homem tinha-se acalmado e começou a pensar:

Talvez houvesse algo que o filho realmente precisava comprar com esses 7,50 € e ele realmente não pedia dinheiro com muita frequência. O homem foi para a porta do quarto do filho e abriu a porta.

Estás a dormir, meu filho, perguntou.

Não pai, estou acordado, respondeu o filho ..

Eu estive a pensar, talvez eu tenha sido muito duro contigo à pouco, afirmou o Pai. "Tive um longo dia e acabei descarregando sobre ti. Aqui estão os 7,50 € que me pediste. "

O menino levantou-se sorrindo. "Oh, pai obrigado, gritou. Então, procurando por baixo do seu travesseiro, rebuscou alguns trocados amassados.

O Pai viu que o menino já tinha algum dinheiro, e começou a enfurecer-se novamente.

O menino lentamente contou o seu dinheiro , e em seguida olhou para o pai..

Por é que queres mais dinheiro se já tinhas algum? Gritou o pai.

Porque eu ainda não tinha o suficiente, mas agora já tenho, respondeu o menino.

" Pai, eu agora tenho 15,00 €. Posso comprar uma hora do teu tempo? Por favor, chega mais cedo amanhã a casa. Eu gostaria de jantar contigo."

O pai ficou destroçado. Colocou os seus braços em torno do filho, e pediu-lhe desculpa.

É apenas uma pequena lembrança a todos vocês que trabalham arduamente na vida. Não devemos deixar escorregar através dos nossos dedos o tempo sem ter passado algum desse tempo com aqueles que realmente são importantes para nós, os que estão perto do nosso coração. Não te esqueças de compartilhar esses 15,00 € do valor do teu tempo, com alguém que gostas/amas.

Se morrermos amanhã, a empresa para a qual estamos a trabalhar, poderá facilmente substituir-nos numa questão de horas. Mas a família e amigos que deixamos para trás irão sentir essa perda para o resto de suas vidas...

domingo, 12 de setembro de 2010

11 DE SETEMBRO

Fez ontem nove anos. E ninguém esquece. Ao mesmo momento que escrevo estas linhas, vejo um documentário (mais um, mas ainda bem porque isto não merece um segundo de esquecimento) no Canal História. É mau, dói a alma e continua a doer.
Eu não tinha amigos lá, nem sequer conhecia quem morreu ou sobreviveu. Mas, neste drama, não há apenas dores pessoais. Há a dor de um mundo. De um mundo que acredita na democracia, nos valores da liberdade e de uma sociedade livre e justa.
Dir-me-ão que os americanos não são o exemplo disto. Há por aí uma corrente de alguns "iluminados" que atiram em tudo o que é americano.
Eu sei que os EUA erram. Erraram em Timor e isso custou-me muito.
Erraram noutros sítios do planeta e pagaram um preço muito alto.
Agora, dizer que um atentado destes, onde não morreram militares porque ali não havia guerra, ou seja, apenas morreram inocentes que trabalhavam e outros inocentes que os foram tentar salvar, é um castigo para as posições americanas é, para mim, uma barbaridade.
Quem semeia ventos, colhe tempestades. Durante algum tempo, fartei-me de ouvir isso. Mas não aceito.
O atentado bárbaro cometido por uns lunáticos mereceria um castigo duro. Não misturo o islão no seu todo com o que aconteceu, mas aponto o radicalismo como fonte maligna para o ocorrido.
Morreu muita gente inocente. Ficou bastante doente uma parte do mundo naquele dia.
Que isso fique pérpetuo na nossa memória.

sábado, 11 de setembro de 2010

LIVRO DAS MINHAS FÉRIAS

Acabo de ler o livro que partilhou comigo as minhas férias (ou melhor dizendo, parte delas). A minha escolha, este ano, recaiu em Carlos Brito, nomeadamente, no seu livro intitulado Álvaro Cunhal - Sete Fôlegos do Combatente, das Edições Nelson de Matos.
Embora sendo uma primeira vez em relação ao autor, não foi certamente a primeira vez que li algo sobre Álvaro Cunhal, político português, líder histórico do Partido Comunista durante muitos anos, tendo falecido em 2005.
Ler algo sobre Álvaro Cunhal leva-nos quase sempre para o campo da paixão ou do ódio. Todavia, embora estes campos opostos se mantenham actuais, o culto da sua personalidade, goste-se ou não, ainda hoje intriga muita gente, levando a que os livros publicados sobre o próprio tenham parte desse mistério integrado, o que supõe uma maior curiosidade na leitura dos mesmos.
Não fugi à regra, como é lógico. Posso não concordar com a defesa ideológica intransigente que o PCP tem feito ao longo dos tempos, atitudes traduzidas na sua forma de estar e pensar, mas não deixo de pensar que o partido, enquanto organização que visa a democracia, tem feito falta ao xadrês político português.
Sobre Álvaro Cunhal apenas sei o leio. Seja bom ou mau. Sejam as fontes mais ou menos verdadeiras.
Quando soube que Carlos Brito iria publicar um livro sobre alguém com quem partilhou muitos anos de vida, estando em palcos vetados a muitos comunistas de base, isto é, podendo transmitir uma história "vista muito de dentro", quis logo comprar o livro. E, em boa hora o fiz.
Mesmo sabendo que nos últimos anos Carlos Brito foi-se afastando da linha conservadora e dominante do PCP, ou se preferirem, e noutro rigor, tendo sido afastado (basta recordar os 10 meses de suspensão a que foi condenado) de um mundo que ele próprio ajudou a construir, mais curiosidade tive em ler esta obra.
Ela poderia ser escrita à luz de um "acerto de contas". Mas não a li desse modo. Creio que Carlos Brito soube interpretar "à sua maneira", porque o livro é seu e as memórias também, o que me parece natural, toda uma experiência acumulada e fez fé de um relacionamento, digamos privilegiado, com Álvaro Cunhal, deixando-nos a boa parte de apreciarmos o político, mas também a pessoa, o camarada, o amigo.
Este livro foi mais um contributo para cimentar aquilo que penso de Álvaro Cunhal. Não veio colocar o dilema se foi bom ou mau, foi no meu entender as duas coisas, como somos todos provavelmente, veio simplesmente reconfirmar algumas suspeitas que tinha sobre erros políticos cometidos durante os primeiros anos da nossa democracia, embora também revele um estadista que passou por alguns do governos pós 25 de Abril, com trabalho produzido.
Creio que a sua parte mais fraca foram os seus últimos anos onde evitou que o PCP seguisse um caminho mais aberto à sociedade e sem perseguições internas, mas isto, é apenas uma opinião de quem vos escreve estas linhas.
Acertaram e erraram. Venceram e perderam. E, no fundo, esse é o resultado histórico que Carlos Brito enuncia nas suas conclusões.
A única coisa que desgostei neste livro está espelhada na página 272 e que me deixou bastante apreensivo. Nada que não suspeitasse e que esteja sempre presente cada vez que critico o PCP e o seu comportamente. Na parte final desta página, Carlos Brito escreve o seguinte "(...) eu não recusava a vigilância revolucionária em relação aos adversários políticos e aos inimigos da classe (...)". Tão perigoso quanto desnecessário, mesmo que estejamos a pensar numa frase de hoje e que tem por enquadramento os dias agitados que se viveram naquela altura.
Tirando isto, parabéns ao autor.
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