domingo, 22 de agosto de 2010

ONTEM FIQUEI À PORTA DA FESTA M80

Ontem fui um dos que ficou à porta da festa. Depois de duas horas de espera na fila, a ser ultrapassado pela direita constantemente (centenas de miúdos bem educados certamente), esperei pacientemente por um bocado de céu. Mas tal não foi possível. Uma afirmação prévia, nada contra a M80 que continua a ser a minha favorita neste momento, mas duas questões para reflexão posterior. Porquê a falta de organização do Faces ou de quem quer que seja (e não me venham com a "tanga" de um elevado número de pessoas que lá estavam)?
Segunda questão. Não tendo nada contra os miúdos (que fazem bem em enriquecer a sua cultura musical, embora a cara de todos eles demonstrasse o "frete" que se preparavam para fazer), porque é que não houve o tal "controlo de admissão" que deveria envolver uma avaliação das idades para que os miúdos não prejudicassem quem efectivamente queria mesmo entrar, não por por achar que temos o monopólio do gosto da música dos anos 70, 80 e 90, mas porque sabe dar valor real ao trabalho da M80?

(este comentário foi escrito também no Mural da M80, hoje dia 22 de Agosto)

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

SIM, SOU FÃ DOS ANOS 80

Para início de texto, espaço aos Delfins e à sua música (os melhores anos da nossa vida):
bem-vindos aos melhores anos
das nossas vidas
à colecção dos encantos
das almas fugidas
e ao presente vou brindar
festejar todas as vidas
que nunca se irão cruzar.
Desculpem o pretenciosimo, mas, para um fã de sempre dos Delfins, o início não poderia ser melhor.
Ao ouvir hoje a M80, uma das minhas fiéis companheiras em termos de rádio, não consegui deixar de me interrogar porque é que estão cada vez mais na moda as festas, as crónicas e as redescobertas de tudo o que diz respeito aos anos 80?
Parece-me simples. Porque há uma marca que ficou e que soube ser alimentada e transmitida ano após ano, década após década, de pais para filhos e de amigos para amigos.
Não acredito que haja apenas uma sensação de reviver com saudosismo tudo o que se passou. Pode haver laivos, mas mesmo esses sentimentos parecem-me demasiado genuínos para serem desprezados. Se assim não fosse, como é que explicaríamos que muitas das pessoas que não viveram esses anos, sejam hoje porta-vozes desse movimento?
Há uma marca. E essa diferença entre o que se faz hoje sem sentido, é a melhor maneira de preservar músicas e um conjunto de acontecimentos que lhe estão associadas. Por isso, respiramos fundo e dizemos "já não se faz nada assim". E, perdoem-me todos aqueles que apenas vêem non sense nisto, mas é verdade. Os anos 80 estão cada vez mais vivos. E ainda bem!

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

HISTÓRIA DO DIA

A história do dia poderia bater na mesma tecla. Mais uma vez boa vontade, mais uma vez a teimosia deste aqui que escreve, mais uma vez nada. Porra, desculpem lá o desabafo. Pelas 9 horas e 20 minutos, nem um lugar para estacionar na Praia de Faro. Falta de lugares, de planeamento, de organização ou de vontade para resolver um problema que se arrasta e dá mau nome? Futuro, assim?
Nem me venham com a ideia do combóio, nada tenho contra ele. Mas onde andava???
Bem, larguemos isso. Comércio tradicional, é sobre isso que quero escrever. Depois da "tampa" que eu a minha filha levámos, eis que viemos até à baixa fazer compras e ver coisas diferentes.
De facto, e para minha surpresa, a principal artéria do dito comércio tradicional, até tinha gente a circular. Mas o pormenor que quero ressalvar, é um acto de coragem de levar alguma animação, não sei se no global ou apenas de uma loja.
Às horas que visitei a rua em causa, estava um DJ a passar música, dando um pouco de animação, pelo menos musical, a quem passava. Achei interessante. Um pequeno pormenor, que muitos certamente relevarão, mas que me mostrou que através de pequenas intervenções se pode marcar uma diferença, em vez de ficarmos entregues ao triste fado que o comércio local é um parente pobre e que tem o destino fatal traçado.
Não ignoro os problemas que os comerciantes passam por estes dias. Mas também sou daqueles que não gosta de ver as toalhas deitadas ao chão sem qualquer tipo de luta.

terça-feira, 10 de agosto de 2010

Um Algarve ou vários?

Continuo de férias no Algarve, com muito gosto. A história de hoje, prende-se com precisamente o local das minhas férias. Nesta recta final, depois da mulher ter iniciado o seu trabalho, fiquei sozinho com a nossa filha, aproveitando a mesma rotina que tínhamos até então e que vai durar até à reabertura do infantário.
Pelas 9 horas da manhã, Fuseta. Como sempre, fila para o barco que nos leva até à praia naquela agitação que me parece já extremamente familiar. A propósito, embora não seja essa a história do dia, Fuseta, Fuseta, Fuseta. Aconselho.
Vamos ao assunto. Atrás de mim, entre aquilo que gosto muito que é ouvir falar francês por pessoas portuguesas emigradas (valha-nos a vergonha), sobressaíam umas vozes, essas sim lusas da Silva, atacando tudo o que mexia, porque era mau, porque o Algarve era isto e aquilo.
Com a miúda ao colo e de ouvidos cheios, lá foi trauteando a música que ouvia, cheio de curiosidade de saber de onde vinha tamanha sapiência (nomeadamente, de onde seriam os "artistas").
Com 36 anos de vida, já não sei se hei-de levar a mal estas coisas. Não deveria, mas ainda levo.
Dizia o Herman José, há alguns dias atrás, na RTP, aquando de um programa dedicado a Portimão, que as pessoas faziam muita confusão no Algarve. Acrescentava ainda que os tais arautos da desgraça algarvia, não conheciam suficientemente esta região para poderem falar sobre ela.
De facto, não há um Algarve. Há vários. E todos eles, encaixam bem nas nossas necessidades. Se me perguntarem se concordo com alguns dos Algarves que conheço, direi que não. Mas acrescentarei, logo de seguida, que se esse existe é porque há um segmento e uma procura para tal.
Mas misturar torres ou confusão a decibéis altos, com paisagens lindas e naturais, como a própria Fuseta onde tenho estado, com a Ria Formosa, com o interior algarvio, com a naturalidade vicentina, com o que de melhor têm os grandes aglomerados urbanos e que por vezes são preteridos em nome de outras "procuras", é continuar a ser teimosamente ignorante.
Para além dos costumes e tradições, da hospitalidade e saber receber, há vários Algarves que se complementam e que são ricos por isso mesmo.
Até existem Algarves para aqueles que tocaram uma música tão triste e de uma cultura tão pobre, como aquela que ouvi na fila para apanhar o barco esta manhã.

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

DESCULPEM LÁ QUALQUER COISINHA

Por norma, não costumo ter inveja das pessoas. A sorte conquista-se, o trabalho de cada um dá-nos o maior cartão de visita que podemos ter, a educação que temos vem do berço e a postura que assumimos tem a ver com muitas destas coisas.
Ando há algum tempo a perceber, todavia, e sem querer ser incoerente com o que escrevi, com a postura de alguns face aos seus próprios desafios profissionais que têm pela frente.
Aconselho a olharem bem para quem vos rodeia. Se repararem quem está no topo das hierarquias, geralmente, costumam ser as pessoas mais acessíveis da organização, ainda assim presas aos seus devaneios e comportamentos, mas sempre capazes de abrir a porta e de falar.
Porém, quem serve essas pessoas de topo, na maioria dos casos, e sem que isto seja personalizar ou indicar alguém especial, sofre do distúrbio de poder súbito, tornando-se dono de um pequeno poder que limita os outros.
Dir-me-ão os entendidos que todos queremos chegar a esses lugares e, depois de lá chegarmos, todos procedemos do mesmo modo. Aceito apenas parte desta história. Sim, não me importava de lá chegar, agora seria incapaz de agir do mesmo modo.
Eis a razão porque é que nunca lá chegarei.
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